sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Rubem Alves em desafio

terça-feira, 12 de abril de 2011
"Deus, uma lembrança." Confira entrevista com Rubem Alves, publicada no jornal Valor Econômico de 28/01.

Marília de Camargo César, de São Paulo
28/01/2011

Onde estava Deus enquanto as encostas da serra fluminense despencavam, acabando com a vida de tanta gente? “Se é onipotente, onisciente e onipresente, por que nada fez? Estava dormindo?”, pergunta um indignado Rubem Alves, teólogo, filósofo, psicanalista, colunista da “Folha de S. Paulo” e ex-pastor protestante.
Esta entrevista é para falar sobre coisas boas – tema de seu novo livro, segunda edição atualizada de “Livro sem Fim”, lançado em 2002 pelas Edições Loyola. Agora, é editado pela Planeta. Em “Variações sobre o Prazer”, Alves passeia por ideias de Santo Agostinho, Friedrich Nietzsche e Karl Marx e pela sabedoria da protagonista do filme “A Festa de Babette” para refletir sobre teologia, filosofia, economia e culinária e chegar às coisas que realmente import am – a beleza do voo do sabiá, o cheiro da manga, a contemplação artística e as crianças. Mas a tragédia está por toda parte, e o autor parece querer desabafar. “Não, não estou com raiva de Deus, porque ele não existe. Se existisse, ia fazer alguma coisa.”
A indignação não estaria mirando o alvo errado? Não são os seres humanos os responsáveis pela tragédia, por causa de decisões erradas? “É engano dizer que as coisas estão acontecendo apenas por nossa responsabilidade – isso é coisa da natureza -, o mundo inteiro está assim – na China é o gelo, na Europa, as chuvas -, o mundo está de cabeça para baixo! Se Deus amasse realmente o mundo, ele tomaria uma providência. Em primeiro lugar, ele mataria as pessoas certas. Ele está com a pontaria péssima – se fosse meu empregado, já estaria demitido há muito tempo – incompetência administrativa.”
Para o escritor Rubem Alves, Deus, hoje, é apenas uma nostalgia. É curioso notar que com seus mais de 100 livros – dentre os quais 35 para crianças, ele inspira ainda hoje seminaristas e pastores evangélicos progressistas, que encontram em seus textos uma teologia mais liberal e autêntica.
O escritor cita o verso de “Pedaço de Mim”, de Chico Buarque, para ilustrar o que quer dizer: “A saudade é arrumar o quarto pro filho que já morreu”. E pergunta: “Qual é a mãe que ama mais, aquela que arruma o quarto para o filho que vai chegar amanhã ou a que arruma para o filho que não vai chegar? Você pode amar uma coisa que não existe. Para mim, é assim, Deus é meu filho que não existe, é meu pai que não existe”.
Alves esteve doente, muito doente. O ano passado foi pesado: lutou contra um câncer no estômago – fez uma cirurgia para remover o órgão -, trocou uma válvula do coração e teve um sério problema de coluna. Nem todo esse sofrimento fez que se voltasse para o Deus dos cristãos, que um dia seguiu. “Fé para curar o câncer eu não tenho. Sabe o que é fé? É estar no avião com um paraquedas nas costas e de re pente dar um salto no abismo, acreditando que o paraquedas vai abrir”, afirma. “Ser generoso, honesto, não porque Deus está mandando ou por esperar uma recompensa.”
Muitos cristãos, acredita o escritor, são ensinados hoje num tipo de Evangelho interesseiro, que iria, como Alves define no livro, direto para a “caixa de ferramentas”. O autor toma emprestado um conceito de Agostinho e separa os elementos da vida em duas caixas – uma para as coisas feitas para dar prazer e ser contempladas (a caixa dos brinquedos) e outra para tudo o que é objetivo e utilitário. Santo Agostinho escreveu que todas as coisas do mundo estavam guardadas em duas feiras – a feira das utilidades e a feira da fruição. A primeira, segundo a releitura do autor, é a feira do poder. “A feira da fruição é o lugar do amor.”
Resgatar o prazer que há em, por exemplo, lambuzar-se ao comer um caqui ou uma manga entra, segundo o escritor, na experiência erótica do tato. “Come-se por prazer. Comer uma fruta é uma alegria. Não foi por acidente que os escritores sagrados, profundos conhecedores da alma humana, escolheram uma fruta como o lugar onde os deuses depositaram o seu saber. O saber dos deuses é comestível, saboroso, é ’sapientia’”, escreve no livro.
O erotismo do tato, da contemplação estética ou mesmo do olfato é algo estranho ao universo de muitos cristãos, segundo Alves. “Os cristãos têm um problema com o prazer. Você não vê ninguém fazendo uma promessa a Deus e dizendo assim: ‘Oh, Deus, se tu me deres esta bênção, prometo tocar toda manhã um CD de Bach, ou tomar toda noite uma taça de bom vinho’. As pessoas oferecem a Deus cascas de ferida porque elas acham que Deus fica feliz quando a gente está sofrendo. Têm uma ideia sádica de Deus.”
Essa dimensão erótica precisa ser resgatada também no campo da economia, da filosofia e da culinária. “Marx tinha a ver com prazer – ele fala que a economia é para produzir prazer. Nos manuscritos de 1844, já fala disso, que a economia é para tornar os homens felizes, para gozar a vida, a arte. Nós eliminamos tudo isso da tradição marxista – eu adoro Marx, mas tenho raiva dos marxistas, porque eles não lidam com a dimensão erótica de Marx.”
No capítulo sobre Nietzsche, Alves observa que o filósofo foi mal traduzido em seu conceito sobre o “super-homem”. Na visão de Rubem Alves, a melhor tradução para o termo alemão “übermensch” seria o “homem transbordante”, um ser humano tão rico interiormente que chega a transbordar, como se fosse uma fonte. “Qual é o ideal desse homem transbordante? A criança.”
O ideal, então, é uma utopia – tornar-se como as crianças “para herdar o reino”, como prega o Deus dos cristãos, que um dia Rubem Alves seguiu, mas hoje é apenas uma lembrança.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Diplomata suíço Jean Zigler. Para pensar... ( oferta de Eduardo Hoornaert)


Jean Ziegler quiere "ocupar y nacionalizar la banca"

“Hay que multiplicar rápidamente las fisuras en el muro capitalista para derrumbarlo y crear un nuevo orden mundial más justo”
“La lucha de clases es absolutamente inevitable, porque no se puede mantener el sufrimiento de forma permanente”
“Hollande y Obama deben formar una alianza en favor de las políticas económicas del crecimiento”
“Los mercenarios han pervertido el papel de la ONU y destruido su credibilidad moral”
El Confidencial, 01 de septiembre de 2012
Jean Ziegler, vicepresidente del consejo consultivo de la Comisión de DDHH de la ONU.
“Vivimos en un orden mundial criminal y caníbal, donde las pequeñas oligarquías del capital financiero deciden de forma ‘legal’ quién va a morir de hambre y quién no. Por tanto, estos especuladores financieros deben ser juzgados y condenados, reeditando una especie de Tribunal de Nüremberg”.
Con esta aplastante contundencia despacha Jean Ziegler, vicepresidente del Consejo consultivo de Derechos Humanos de la ONU , su particular análisis del actual momento histórico.
La dilatada trayectoria diplomática de este profesor emérito en la Universidad de Ginebra y comprometido analista internacional, que fue relator especial de la ONU para el Derecho a la Alimentación durante ocho años, impide que le tiemble la voz a la hora de señalar con el dedo inquisidor a los ‘culpables’ de la crisis sistémica.
“No puede ser que en un planeta con los recursos agroalimentarios suficientes para alimentar al doble de la población mundial actual, haya casi una quinta parte de sus habitantes sufriendo infraalimentación”.
En su último libro Destrucción Masiva. Geopolítica del hambre (Península), que Ziegler presentó ayer en Madrid, pone sobre la mesa una serie de cuestiones molestas de las que otros diplomáticos ni siquiera se atreven a hablar en los pasillos de la ONU. Unas críticas irreverentes que ya ventiló en otros trabajos como El hambre en el mundo, Los nuevos amos del mundo y aquellos que se le resisten, El imperio de la vergüenza o El odio a Occidente.
Su receta para revertir esta situación es, si cabe, tan radical o más que su tesis sobre la generación de las desigualdades: “Ocupar masivamente los bancos, nacionalizarlos y confiscar las arrogantes riquezas robadas por los especuladores financieros”. Una extremista postura que lo lleva incluso a criticar la incapacidad de movimientos de la sociedad civil como el 15M en España u Occupy Wall Street en Estados Unidos. “Reconozco que son símbolos importantes y que han logrado la simpatía de la sociedad, pero todavía son insuficientes para quebrar la actual relación de fuerzas si no desembocan en una huelga general indefinida. Hay que darse cuenta de que en el orden mundial reina una violencia estructural que se debe combatir con una contraviolencia basada en la resistencia pacífica”.
La migración de los grandes fondos especulativos a los mercados de materias primas, principalmente de la agroalimentación, la cual creció exponencialmente en el trienio 2005-2008 como explica Ziegler en su último libro, “es el origen de esta crisis genocida porque han disparado el precio de los alimentos básicos”. A pesar de la ‘destrucción masiva’ conceptualizada por Ziegler, el diplomático exhibe su característico optimismo de luchador a contracorriente y asegura que esta situación creará la conciencia social necesaria para “multiplicar rápidamente las fisuras en el muro capitalista, que acabarán derrumbándolo y creando un nuevo orden mundial”.

La insurrección será por el hambre o no será
El primer paso, explica, es darse cuenta de que “los criminales financieros son el enemigo común de los europeos, de los africanos y del resto de la población que sufre de hambre y desempleo en el mundo. Unos oligarcas que monopolizan los beneficios y privatizan los servicios y recursos”. Para Ziegler, esta toma de conciencia será el advenimiento de una nueva forma de solidaridad internacional entre todos los pueblos, que posteriormente se transformará en un “frente de resistencia intercontinental”.
Un convencimiento “total”, pero que se transforma en duda cuando se le pregunta por los riesgos y los pilares sobre los que se fundará este alzamiento popular. “Es un misterio, no puedo hablar de la revolución porque se trata de la libertad liberada en el hombre, y los procesos revolucionarios son imposibles de prevenir porque tienen sus propias leyes y no son conocidas”.
Lo que sí tiene claro Ziegler es que la insurrección, como ha ocurrido en la mayoría de estos procesos a lo largo de la historia, se producirá por el hambre. “La hambruna ya es una realidad en las banlieues parisinas y el pueblo español también está sufriendo la pobreza, como el resto de Europa”. En este contexto, indica, la lucha de clases es “absolutamente inevitable porque las oligarquías capitalistas no serán capaces de reeditar el genocidio americano de los indios, ya que es imposible matar a todo un país como España y hacerle aceptar permanentemente las cadenas”.
“España no debería pagar su deuda porque es delictiva e ilegítima”
Las “cadenas” a las que retóricamente se refiere este diplomático de la ONU estarían impuestas por las políticas económicas de la austeridad, que califica como “absurdas y destructoras”. Los teóricos del neoliberalismo, añade, “nos han hecho creer que hoy en día la austeridad es la única política posible, pero sólo se aplica a la clase trabajadora y nunca a los banqueros. Estas políticas tienen un límite objetivo y no van a resolver los problemas”.
En contraposición a estas recetas neoliberales, Ziegler defiende unas políticas centradas en el crecimiento. Esta es la única esperanza que deposita en los representantes políticos, aunque matiza que de forma “extremadamente leve”. Sus protagonistas no podrían ser otros que François Hollande y Barack Obama. “Ambos deben formar una alianza por el crecimiento basada en la inversión pública, el incremento del salario mínimo, las prestaciones sociales, la búsqueda del pleno empleo y la lucha contra la desindustrialización”.
Para el vicepresidente del consejo consultivo de Derechos Humanos de la ONU estas políticas no son la solución final si no van acompañadas de un despertar de la sociedad civil y, sobre todo, del impago de la deuda. “Los dirigentes españoles deben hacer lo mismo que ha hecho Rafael Correa en Ecuador, es decir, negarse a pagar la deuda, cuya amortización ya es altísima, porque es odiosa e ilegítima. Esto es, se ha creado, en gran parte, por la delincuencia financiera y la corrupción política, sin materializarse en inversiones reales”.
Una perspectiva que lo lleva incluso a cometer el atrevimiento de recomendar a los españoles que objeten en la declaración de la renta al porcentaje del gasto dedicado a la deuda pública. Una campaña lanzada desde el 15M que califica de “necesaria, inteligente y eficaz”. Todos estos elementos en su conjunto, unidos a la inflación, podrán acabar con las “deudas injustas”.

Refundar la ONU para instaurar un nuevo orden mundial
La Organización de las Naciones Unidas debe tener un papel central en el futuro escenario mundial. Como explica Ziegler, la ONU se fundó con el objetivo principal de defender el interés general de los pueblos y promulgar los principios recogidos en la Carta de los Derechos Humanos. Sin embargo, “los mercenarios han pervertido su papel y destruido su credibilidad moral”. Entre ellos, no duda en señalar al ex secretario general Ban Ki-moon o al presidente del consejo de selección de los relatores, el hondureño Roberto Flores, “quien apoyó el golpe de Estado en su país en 2009”.
Para Ziegler, la refundación de esta organización pasa por imprimirle “mucha más democracia” eliminando el poder de veto de las naciones integrantes del Consejo de Seguridad, limpiándola de “golpistas” y eliminando las prebendas del FMI y el BM.
El neoliberalismo delictivo, concluye el diplomático, “se cura con política”.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O CÍRCULO VICIOSO DA OPÇÃO POLÍTICA DE CERTOS PAULISTANOS


Creio que essa ascensão balaôncia de Celso Russomano faz-nos pensat em duas vias:
1. A já tradicional e petrificada visão política coronelista, de favores e emocional alienada alienante de boa parcela de membros de sociedade marcada por contrastes.
2. O cansaço de muitos com essa polarização PT-PSDB viva, saudável até, por deixar explícita a nítida opção de cada corpo político com suas propostas. Uma , a do PSDB e seus irmanados que vêem a cidade com esboço desenhado marcadamente elitista. haja vista seu apelo para obras consecutivas que nem sempre refletem nossas ansiedades imedietas, somada políticas tidas como sociais, mas que refletem mesmo e vendem uma ilusão de melhorias onde, na verdade, o que se vê é uma cidade fatiada em ações não iniciadas, inacabadas ou vazias de proveito.
Por outro lado, vejo a força sempre viva do PT e grupos conscientes aliados onde o elemento cidadania perme
ia toda a ação política pública. Aécio Neves, esse filho da mais exdrúxula forma mineira de fazer política, a de não dizer ao que veio, criticou no Estado de S. Paulo (Jornal) esse jeito petista de pensar a política: cidadania e o público como percursor do particular e do privado. Demétrio Magnoli, esse misto de cripto-sociólogo ou filósofo endógeno, pensa do mesmo. Ambos refeltem, sem dúvida, a mentalidade elitista e frágil desse país.
Viva a campanha de HADDAD e suas opções por Sáúde, Educação, Moradia, Transporte melhorado, Cultura democratizada e não essa fatia cultural que é nossa cidade onde tudo os supostos melhores eventos são todos centrais. Em síntese, o projeto de HADDAD toca naquilo que compõe a base da existência seja, PÃO, SAÚDE E PRAZER e busca tornar isso mais completo para o todo da sociedade.
VIVA , VIVA , VIVA!!!!