Li com a desconfiança de quase sempre o texto totalizante, totalitário e insustentável na leveza argumentativa de Pondé. "Insustentável leveza", não por incompetência. Muito pelo contrário. Pondé é preparado. Tive o privilégio de conhecê-lo, pessoalmente, nesse caminho da academia. Num primeiro momento nos aproximamos e depois houve a distância por razões óbvias: concepções de mundo.
Três questões me parecem provocativas no autor:
1. O que é "ser mulher", para o irônico filósofo, pessimista, político conservador, marcado por forte "ressentimento" por aqueles (as) que pensam com olhar dos mortais onde material e simbólica se encontram, onde necessidades e desejos se completam.
2. O que é "esquerda" para Pondé? Parece-me um falso poeta, falso filósofo, sem chão nem estrelas discursando no parlatório para a direita brasileira herdeira do patriarcado, do eurocentrismo e dos "filhos aterrados". Parece-me que sua voz ressoa bem para esse público. Imagina a família Caiado, Siqueira Campos, Espiridião Amin, Sarney, família Magalhães da Bahia, família Virgílio... todos de pé aplaudindo e já ligando seus aparelhos de comunicação e dizendo: "prepararem o melhor vinho e a melhor das ovelhas. Esse corajoso "filósofo" é muito bom. É dos nossos!"
3. a "direita", sempre foi "festiva". O que ocorre é que o projeto político-social burguês é bem delineado e ganha epistemologicamente contornos de invisibilidade. Aquela mesma com bases na "mão invisível" de Adam Smith. Sustenta-se em três pilares básicos que um filósofo de "direita" tem pavor de ler, ouvir ou debater: autonomia do sujeito, liberdade e "ressentimento". O cheio de tudo isso seria: "vícios privados, virtudes públicas".
Sobre a inquietante expressão "pegar" mulher. Coisa do senso comum, cotidiano, idiota, medíocre, corriqueiro. Não cabe nem para direita , nem para esquerda.
Mas, já que a expressão aparece e é "pedra filosofal" do texto sugiro: bastante arriscado tolalizar com "liberais", " a esquerda", a "direita festiva".
Estimado Pondé, sempre que nos encontramos ( e olha que faz bom tempo!!!) você questionou-me por meu "sociologismo". Lembras do Simpósio da ABHR em Juiz de Fora?.
Perdoe-me, mas o filósofo da direita ressentida não está por demais sociólogo?
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